"Listen, this is gone. We go to Norwich exactly the same. We go together. Come on!" Discurso de verdadeiro capitão, o proferido por Steven Gerrard, poucos instantes após a vitória sobre o Man. City. Emoção, determinação, motivação. O capitão dos reds está a 360 minutos da vitória da sua vida.
Com 25 dos seus 33 anos de vida dedicados ao Liverpool, este foi um fim de semana de elevada carga emocional para Gerrard. No plano desportivo, uma suposta vitória frente aos citizens colocaria o Liverpool, a 4 partidas do final, na liderança do campeonato, e com a certeza de que apenas dependeriam de si próprios para serem campeões. No plano psicológico, havia ainda mais em jogo. Em causa, estava uma homenagem aos 96 adeptos dos Reds vitimas da tragédia de Hillsborough, nas meias finais da FA Cup. Em memória das 96 pessoas, que em 1989 foram assistir a um jogo de futebol e nunca mais voltaram a casa, 96 cadeiras foram deixadas vazias. Uma delas destinada a Jon-Paul Gilhooley, a mais nova vítima dessa mesma tragédia, de apenas 10 anos.
Um one-club man como Totti, Xavi ou Ryan Giggs, jogadores que sempre vestiram a camisola do mesmo clube, mas por outro lado diferente, mais especial que os anteriormente falados. Gerrard, que teve por várias vezes a oportunidade de sair para equipas com mais condições de conquistar títulos, ao contrário dos restantes, nunca foi campeão nacional e sempre teve como objectivo de carreira conquistar o campeonato ao serviço dos Reds. Mesmo tendo ganho duas Taças de Inglaterra, três Taças da Liga, duas Supertaças inglesas, uma Liga dos Campeões, uma Taça Uefa, duas Supertaças europeias e prémios FIFA. Norwich, Chelsea, Crystal Palace e Newcastle são os obstáculos finais. Envergando a braçadeira, conduzir os reds, 24 anos após a última conquista, à vitória na Premier League, será a sua realização enquanto futebolista. Com dedicatória especial para o tal menino Jon-Paul Gilhooley...seu primo.
A. Carvalho
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