Na senda de Quaresma, Futre, Simão e Nani

Mais conhecido por João Filipe, ou simplesmente JP, é, hoje por hoje, um dos maiores talentos a despontar no futebol de formação em Portugal. Dono de uma qualidade técnica que nos faz viajar no tempo para a velha escola de extremos em Portugal, as memórias de Futre, Ronaldo, Quaresma, Simão e Nani deixam-nos ansiosos do que pode vir. Apesar da tenra idade, nasceu apenas em 1999, já actuou pela equipa de Júniores do Benfica, competindo com atletas com mais 3 ou 4 anos. É, de igual modo, presença alternada nos treinos da equipa profissional de reservas do clube da Luz. Merece, também, nota de destaque o interesse de emblemas como o Manchester City e o Real Madrid, no seu concurso, deixando em aberto um hipotético caso "Rony".


Descrever este tipo de jogador é de tal forma entusiasmante que qualquer elogio que possamos fazer é rapidamente correspondido. Do centro para as alas, ou das alas para o centro, JP consegue ser desequilibrante. Aliado ao desequilíbrio fácil, a ambidestria que apresenta é surpreendente para um jogador do seu requinte. Actua - com alguma facilidade, leia-se- nas 3 posições do ataque (atingiu a marca dos 20 golos na temporada transacta), apesar de ser mais desconcertante a partir da esquerda. 

O leque de fintas que revela, por vezes, pode ser um obstáculo aos interesses colectivos. Mas, contrariamente ao que se espera nos jogadores com este perfil, JP não se inibe de prestar auxílio nas tarefas defensivas, o que, aliás, lhe custa algumas admoestações por parte dos árbitros.

Como arestas a limar, apresenta debilidades no jogo aéreo, alguma fragilidade em choques físicos (que compensa com velocidade de ponta e agilidade), e demasiada tendência para largar a ala - lugar que lhe é desenhado pela equipa técnica - refugiando-se em terrenos mais interiores.

Apesar de ser precoce e ingrato atribuir comparações em tão tenra idade, tem características físicas/técnicas/tácticas que o aproximam de jogadores como Mario Gotze, Eden Hazard ou Nani, particularmente devido ao seu forte jogo interior, a partir da esquerda para o centro e, como é óbvio, do reporte técnico que apresenta.

O futuro será a melhor resposta para o destino deste talento. Será decisivo observar a evolução física do atleta - longe das lesões, espera-se-, o espaço temporal que decorrerá até ser incorporado em definitivo na equipa B e a capacidade mental que terá para enfrentar os holofotes da fama.


Scouting: João Magalhães e Rui Valente

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